Será que já alguém já ouviu da boca de muitos jovens, frases como: "A política é chata!", ou "Isso é um desperdício de tempo!", ou "Não vai adiantar nada!", ou “Não tenho interesse nesse tipo de coisas!”, entre muitas outras... tenho a certeza que sim.
A questão é saber porquê. Opinemos!!!
Actualmente, muitos dos jovens preferem optar por estar longe da vida política do nosso país, ficando centrados na sua própria actividade social, no seu próprio "umbigo".
Suponho que este facto se deve à orientação actual dos partidos políticos que não vai ao encontro dos interesses dos jovens. E isto, meus amigos, não ajuda em nada a cativar as novas gerações para uma vida política activa.
Além disso, com o crescente individualismo que a sociedade actual está a causar nas gerações actuais e vindouras é previsível que tal situação se vá agravar ainda mais, e desculpem a falta de humildade, mas seremos nós, os jovens, a governar este país nos tempos futuros...
Não precisamos de ser políticos, de facto, para o fazermos. Mas precisamos ser mais activos, mais interventivos, mais positivos. A vida não se faz na crítica. Criticar a sociedade, as políticas actuais numa conversa de café é simples. Portanto aquilo que fazemos é mais do que criticar. É uma tentativa de ir mais além. Gostamos de participar no comando da nossa Nação. Claro que não é obrigatório que todos se inscrevam “na nossa jota", pois, o mais importante do exercício da nossa cidadania é que se manifestem e que de alguma forma contribuam para mudar aquilo que está mal. Nós só fazemos a nossa parte. Cometemos erros obviamente - sejam eles ortográficos, de semântica ou de opinião -, mas, pelo menos, somos apontados porque fazemos algo e não porque estamos à espera que façam algo por nós. Não somos meninos de recados, nem cola cartazes. Temos opinião, somos civicamente formados e apenas queremos algo melhor para todos.
Acho que faltam na política pessoas que tenham outras vivências, que não tenham dependências e que estejam nela a troco de nada. Caras novas, modas novas, frases concretas, discursos correctos e vontade de mudar. O nosso país precisa de gente que saiba fazer, mais do que de gente que saiba discutir e teorizar. Desses já estamos cheios e já não aprendemos nada porque percebemos que não há conteúdo no seu discurso.
Chega de políticos que só falam, que não sentem as pessoas, que só aparecem para os bons momentos, para os discursos encomendados, e as inaugurações fatelas cheias de fotógrafos, que prometem e na realidade não fazem NADA e quando fazem é à última da hora, pois vem aí nova eleição e é preciso fazer algo para adoçar a boca aos eleitores e tornar permanente a tinta da caneta com que votam. Um político deve servir o povo e não andar a servir-se do povo.
Se todos tivéssemos consciência de que ser político é um dever cívico, dado sermos parte interventiva numa sociedade onde é importante estarmos integrados, os jovens provavelmente mostrariam outro tipo de interesse em relação ao que é o generalizado actualmente. E, aí sim, poderíamos dizer que “temos gente”! Porque acredito que se a política não se espelhasse na juventude de hoje, como assunto de pouco interesse, teríamos mais jovens de elevado valor a lutar a nosso lado por um país melhor. E, afinal de contas, é apenas isso que todos queremos… um país melhor, para podermos ter certezas, garantias, vontade de lutar sempre por mais sem depender de ninguém.
Estar na política não é uma escolha, é um dever, porque é obrigação do cidadão participar activamente no desenvolvimento da sua sociedade. Para os jovens, essa é a garantia que têm de poder contribuir para uma sociedade melhor, onde todos temos os mesmos direitos.
Eu já tive 18 anos e um pavor enorme às escolhas políticas, à vida política que ouvia descrever, aos políticos pouco credíveis de sorrisos pálidos, aos cartazes coloridos cheias de promessas e aos discursos desorientados de metas inatingíveis.
Mas também já tive 18 anos e vontade de mudar. Vontade de crescer numa sociedade diferente, onde a política se resolve nas boas acções, e os políticos se sentam connosco à mesa do café para nos ouvir.
Hoje, já não tenho 18 anos, mas estou de consciência tranquila porque decidi, por mim, por outros iguais a mim, e pelos que virão a seguir a mim, ser interventiva.
Não condeno quem continua a desacreditar na política. Afinal de contas, ainda existem malefícios, e pessoas mal formadas, mal intencionadas e cheias de pudor, que não se misturam, que não se medem, que não se olham ao espelho. Para esses, a política, ao contrário do que eles esperam, não lhes trará nada de bom no fim do trajecto; apenas a certeza de que não fizeram nada pelos outros tal como prometeram.
Porém, acreditem que na política também há muita gente de valor, com tranquilidade espelhada naquilo em que acreditam, com verdade em cada acção e com sonhos de fazer algo mais pelos outros do que por eles próprios. Essa lealdade juvenil é algo que se encara como um propósito.
Não somos melhores porque somos políticos. Somos melhores, porque fazemos mais do que os que não fazem nada. E só por isso já vale a pena estar na política.
Marília Nunes
1 comentário:
Marília gostei muito do teu artigo. Por varias razões, de que saliento a forma objectiva e sucinta como abordas um tema que tem contribuido para o descredito dos politicos, das causas politicas e consequentemente para o desprezo e afastameto que hoje, a maioria dos cidadãos sentem e têm pela coisa publica.
Antonio Amaral
CPS de Viana
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